O voto como instrumento de luta
Oito meses após a reforma trabalhista entrar em vigência, percebemos que não houve geração de empregos, muito menos crescimento econômico. São mais de 13 milhões de desempregados, segundo o IBGE.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada também não anima. Caiu 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado, equivale a menos 483 pessoas em postos de trabalho sem garantias de direitos trabalhistas. Portanto, não teve modernização, apenas precarização. O objetivo era reduzir os custos do trabalho e proteger de forma assimétrica os patrões.
Esse desequilíbrio refletiu também nas negociações da campanha salarial. Se antes a luta dos sindicatos era para ampliar direitos, a dificuldade agora é manter os já conquistados diante da crise. Ora, com altos índices de desemprego fica fácil negar qualquer reajuste.
Conscientes de seu papel político, as centrais lançaram em junho a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, um documento com 22 diretrizes para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Brasil, que será entregue aos candidatos que disputarão a eleição em outubro.
Nela reafirmamos nossas bandeiras de lutas, como a geração de empregos, a manutenção de direitos, uma previdência sem privilégios e igualdade de oportunidade entre homens e mulheres.
Paralelo a isso, a Força iniciou uma série de debates com os candidatos à presidência da República para discutir seus planos de governo.
Num ano de eleição, eleger candidatos que se comprometam com nossas bandeiras será fundamental para promover o reequilíbrio da relação capital e trabalho, pois o voto também é um instrumento de luta.
Danilo Pereira
Presidente da Força São Paulo