Termina greve de ônibus em Cubatão
Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Santos e Região
Voltaram a transitar, na madrugada deste sábado (22), os ônibus da empresa Translíder, que opera o transporte coletivo de passageiros e de estudantes em Cubatão.
Os 450 motoristas e demais empregados receberam o adiantamento parcial do salário de julho, o vale-refeição e a cesta básica, que estavam em atraso. A empresa prometeu pagar o salário de junho até quinta-feira (27).
De início, às 20 horas, a assembleia da categoria rejeitou a proposta de esperar o salário atrasado até quinta-feira e manteve a greve por tempo indeterminado, até o depósito bancário.
Aproveitando a presença do pessoal na porta da garagem, onde ocorreu a assembleia, um representante da empresa anunciou que, não havendo trabalhadores para operar o sistema, ela encerraria as atividades.
Temerosos com o desemprego, os trabalhadores reconsideram a decisão da assembleia e acharam melhor retornar ao trabalho. E os ônibus voltaram a circular.
Queda de braço
O presidente do sindicato, Valdir de Souza Pestana, explicou aos trabalhadores que, caso a empresa não cumpra o prometido, o jurídico acionará judicialmente a empresa e a prefeitura.
O sindicalista colocou o jurídico à disposição dos descontentes com a decisão de voltar ao trabalho. E garantiu que um advogado estará disponível a partir desta segunda-feira (24).
Pestana passou as últimas semanas negociando com a direção da empresa e tentando mediar entendimentos dela com a prefeitura “nessa queda de braço onde os trabalhadores são os principais prejudicados”.
Segundo ele, o sindicato tem créditos do plano de saúde a receber da empresa. “Mas pensamos primeiro no trabalhador. O embate não interessa a ninguém, muito menos aos empregados e à população”.
O sindicalista lamenta o corte de subsídios pela prefeitura, contrariando planilhas fundamentadas e aprovadas pela gestão anterior. E diz que já previa isso desde o início da atual gestão municipal.
Xis da questão
“Infelizmente, mesmo após o sindicato ter negociado o adiantamento salarial conforme o acordo coletivo, o pagamento do vale-refeição e da cesta básica, tumultuaram a assembleia”, diz Pestana.
“Conseguimos também o pagamento dos dois dias parados, mas um grupo mais exaltado radicalizou e tumultuou. Por fim prevaleceu o caminho viável para garantir o trabalho”, explica o sindicalista.
“O que mais ouvi dos acionistas, nesses dias todos, foi que o problema decorreu da redução do subsídio e do alarde, pela prefeitura, de que a empresa não mais operaria na cidade”, diz Pestana.
Para os acionistas, segundo ele, “esse foi o xis da questão. Por quase dois meses, ninguém carregou os vales-transportes. Até a prefeitura passou a dar o vale em dinheiro”.
Justiça
“Isso não é atitude de quem queria resolver o problema”, pondera o sindicalista. “Não duvido da reclamação e reafirmo que acaba sobrando para o trabalhador e a população”.
“Não foi por falta de aviso do sindicato que isso aconteceu”, adverte Pestana. “Já está mais do que na hora da empresa e a prefeitura se entenderem”.
“Caso contrário, interpelaremos judicialmente a empresa e a prefeitura na área trabalhista e cível. Não é justo que os trabalhadores e os munícipes fiquem a mercê dessa quebra de braço”, finaliza Pestana.