A importância de se filar ao Dieese
Fonte: Assessoria de Imprensa da Força Sindical
O sindicalista Luís Carlos Oliveira, Luisinho, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, é o atual presidente do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Em sistema de rodízio, ele assumiu em dezembro de 2016 a Presidência do Dieese. Nesta entrevista, Luisinho fala sobre a importância do Dieese, que assessora o movimento sindical.
Força Sindical – Quais as primeiras impressões nesse começo de gestão?
Luís Carlos Oliveira, Luisinho – O Dieese foi fundado pelo movimento sindical para ajudar os sindicatos, assessorá-los não só nas questões econômicas, nas negociações coletivas, mas também para qualificar os dirigentes sindicais. Hoje, o Dieese já consegue fazer os dois trabalhos. Tem ajudado os sindicatos nas negociações coletivas no âmbito da base e também do governo, e tem feito a qualificação dos trabalhadores e dos dirigentes sindicais para eles se tornarem aptos a desenvolver esse trabalho de negociação. O que tem acontecido é que, com toda essa crise que estamos passando no País, o Dieese vem sofrendo um pouco. Mas continua seu trabalho e também assessora o próprio governo a desenvolver políticas públicas que tenham a ver com as questões trabalhistas, como por exemplo a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), que é desenvolvida pelo Dieese. É através da PED que sabemos como está o nível de emprego no País, e daí o governo pode desenvolver as suas políticas.
Força – O Dieese é um órgão muito respeitado e, cada vez mais, os sindicatos devem reconhecer isto e se associarem, não?
Luisinho – Sim. O Dieese é importante não só para os trabalhadores, mas também para a sociedade. Conseguiu ganhar a respeitabilidade da sociedade brasileira. Quando falamos sobre algum projeto, alguma análise ou pesquisa que saiu do Dieese, ela é acreditada porque o nome do Dieese transmite essa credibilidade e pertence ao movimento sindical, que ultimamente está muito discriminado. Um dos temas que procuramos debater, principalmente neste momento que estão falando no financiamento sindical, e que muitos na sociedade veem esse financiamento de forma negativa. Entendo que precisamos mostrar para a sociedade que órgãos como o Dieese têm como função assessorar o movimento sindical e ajudar a sociedade brasileira a sair desta crise. O Dieese está sendo financiado com o dinheiro do trabalhador. Quando as entidades filiadas à Força se filiam ao Dieese, elas o fortalecem, e os benefícios voltam para elas mesmas. Essas entidades acabam se autofortalecendo quando ela ajuda o Dieese ou se filia ao Dieese.
Força – Quando se filia, o sindicato paga mensalidade, não é?
Luisinho – O Dieese tem uma média de 350 funcionários, e está presente em quase todos os estados brasileiros com subseções e com escritórios, e precisa das filiações dos sindicatos. Por exemplo, as entidades da região Norte precisam se filiar para manter o Dieese naquela região. Caso contrario, talvez São Paulo tenha de subsidiar aquela região.
Força – A expectativa para o futuro é boa?
Lusinho – Não é boa. Por isto estamos chamando atenção para que o movimento sindical acorde para a necessidade de manter o Dieese, porque a crise que atravessamos pode atingir o movimento sindical e, com certeza, vai atingir o Dieese. Só com as entidades conscientes disto é que vamos conseguir fazer com que o Dieese sobreviva. Hoje, a Presidência do Dieese é da Força Sindical. A responsabilidade da Força aumenta para auxiliar essa entidade maravilhosa, que desde 1955 presta auxílio aos trabalhadores.