Centrais preparam greve geral contra reforma da previdência
Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Santos e Região
“Se colocar pra votar, o Brasil vai parar!”. Esse é o mote das nove centrais sindicais, que, em reunião nesta sexta-feira (8), na sede da CUT, em São Paulo, acertaram detalhes da luta contra a reforma da previdência.
Na segunda-feira (11), haverá uma plenária do setor dos transportes, às 14 horas, no sindicato dos condutores de São Paulo, para organizar a paralisação quando for votada a reforma.
Segundo o presidente da federação dos trabalhadores em transportes rodoviários do estado de São Paulo (Fttresp), Valdir de Souza Pestana, cerca de 2 milhões de trabalhadores do setor podem fazer a greve.
“Já está provado e comprovado que, quando param os rodoviários, para tudo”, pondera o sindicalista. “Todas as categorias são importantes na paralisação, mas, sem transporte, a maioria não se locomove”.
Também presidente do sindicato dos rodoviários de Santos e região, Pestana diz que outras atividades das centrais serão importantes para pressionar o congresso nacional a não aprovar a reforma.
Entre elas, o sindicalista destaca a pressão sobre os deputados em atividades públicas, aeroportos e no congresso nacional. E realização de plenárias, assembleias e reuniões de sindicatos.
Luta na quarta
Pestana diz que, conforme o calendário aprovado na reunião desta sexta-feira, está previsto o dia nacional de luta contra a reforma da previdência, na quarta-feira (13).
A próxima reunião das centrais será na quinta-feira (14). As entidades farão panfleto para esclarecer sobre os riscos da reforma da previdência e disputar a narrativa com a grande imprensa.
Campanha nas redes sociais contra a reforma e mobilizações com o movimento social, em conjunto com as frentes ‘Brasil popular’ e ‘Povo sem medo’, também foram aprovadas.
Nota das centrais
“A proposta enviada pelo palácio do planalto ao congresso nacional não tem o objetivo de combater privilégios, como sugere a propaganda oficial.
Vai retirar direitos, dificultar o acesso e achatar o valor das aposentadorias e pensões dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, do campo e da cidade.
Va abrir caminho para a privatização do sistema previdenciário, o que contempla interesses alheios aos do nosso povo e atende sobretudo aos banqueiros.
Quem de fato goza de privilégios neste país são os banqueiros e os grandes capitalistas, que devem mais de R$ 1 trilhão ao INSS, não pagam e, pior, não são punidos.
Os atuais ocupantes do palácio servem a essas classes dominantes. O governo já havia desistido de aprovar a contrarreforma neste ano. Voltou atrás por pressão do chamado ‘mercado’, do empresariado e da mídia.
A fixação da idade mínima para aposentadoria aos 65 anos para homens e 62 anos para mulheres e outras alterações nas regras da previdência pública prejudicará milhões de trabalhadores e trabalhadoras.
Grandes fortunas
A contrarreforma do governo é inaceitável para a classe trabalhadora e as centrais sindicais. Tem custado caro aos cofres públicos. Por isso, é rejeitada pela maioria dos brasileiros e brasileiras.
É falsa a ideia de que existe déficit da previdência. Para melhorar as contas públicas, é preciso cobrar mais impostos dos ricos, fazer os empresários pagarem o que devem à previdência, taxar as grandes fortunas, os dividendos e as remessas de lucros ao exterior.
As centrais reafirmam a posição unitária da classe trabalhadora e de todo movimento sindical contra a proposta do governo e convocam os sindicatos e o povo à mobilização total para derrotá-la.”
Quem assina
A nota é assinada pelos presidentes das centrais CGTB (Central geral dos trabalhadores do Brasil), Ubiraci Dantas de Oliveira, CSB (Central dos sindicatos brasileiros), Antônio Neto, CSP Conlutas (Central sindical e popular), Carlos Prates, CTB (Central dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil), Adilson Araújo, CUT (Central única dos trabalhadores), Vagner Freitas, Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Intersindical (Central da classe trabalhadora), Edson Carneiro Índio, NCST (Nova central sindical dos trabalhadores), José Calixto Ramos, e UGT (União geral dos trabalhadores), Ricardo Patah.