Em desfile surpreendente, Paraíso do Tuiuti questiona o fim da escravidão

Agremiação criticou a situação precária da população e questionou o fim da escravidão.

Maior surpresa do carnaval carioca, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Paraíso do Tuiuti foi a quarta escola a desfilar na primeira noite de apresentações no Rio de Janeiro, já na madrugada de 12 de fevereiro. Atuando como verdadeira escola, o grupo questionou o fim da escravidão no Brasil e defendeu a ideia de que ela ainda não acabou, mas apenas mudou de forma.

Alçada ao grupo de elite das escolas de samba do Rio em 2017, após vencer a segunda divisão em 2016, a agremiação da comunidade do Morro do Tuiuti, no Bairro de São Cristóvão, emocionou o público no Sambódromo e movimentou as redes sociais.

Manifestações, publicações de fotos e comentários elogiando a postura da escola circularam pelo Twitter e Facebook. O carnavalesco Jack Vasconcelos partiu dos navios negreiros do século 16 e chegou ao “cativeiro social” dos dias de hoje, marcado por desigualdades sociais e precarização do trabalho. Muito aplaudidos, as últimas alas e o último carro alegórico faziam críticas à reforma trabalhista e mostraram o presidente Michel Temer como um vampiro.

Na comissão de frente, os componentes revezavam as figuras de escravos e de pretos velhos. A escola criticou a exploração do trabalho escravo no campo e nas minas e as mudanças provocadas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) pela reforma Trabalhista, que alterou mais de cem artigos da legislação.

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