No Brasil, grupo reduz preço e corta 3 mil vagas
Fonte: Valor Econômico
Apesar de a operação brasileira do Carrefour apresentar menos desafios que o negócio na França, a subsidiária tem tomado medidas duras nos últimos meses.
A empresa demitiu empregados no país para cortar custos e reduziu preços para se mostrar mais competitiva em determinadas praças.
O Valor apurou, com base nos relatórios trimestrais, que 3 mil vagas do braço de supermercados e hipermercados foram eliminadas em um ano. O quadro de pessoal passou de 40,2 mil em junho de 2017 para 37,2 mil em junho de 2018. Na rede Atacadão, houve aumento de 3,6 mil postos de trabalho, de 39 mil para 42,6 mil.
Uma fonte próxima ao grupo diz que as reduções não têm relação direta com as economias previstas no projeto global, mas com a necessidade de cortar despesas no braço de supermercados e hipermercados no Brasil, que perdeu rentabilidade de abril a junho. Ao incluir a bandeira de atacarejo Atacadão, as margens sobem.
A margem Ebitda dos supermercados e hipermercados, que trata de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação, caiu de abril a junho, em parte pelo efeito da deflação nos preços dos alimentos. Um caminho tomado foi a redução de custos. “Foi otimizado o quadro nas lojas e melhorado processos, o que nos permitiu reduzir o custo de distribuição em 1,8%”, disse Sébastien Durchon, diretor executivo de finanças, em teleconferência.
A empresa também reagiu à maior competição no setor. Foi feito um “investimento em preço” em 23 hipermercados, para tentar interromper queda no volume de vendas. “A iniciativa será financiada pelo crescimento de volume e por um programa especial com fornecedores”, disse José Luiz Gutierrez, CEO do Carrefour Varejo.
De janeiro a junho, enquanto as vendas em hipermercados e supermercados cresceram 2,6%, no Atacadão a alta foi de 6,9%. O lucro cresceu de forma bem mais acelerada – 55%, para R$ 772 milhões até junho. O Brasil respondeu no primeiro semestre por pouco mais da metade do lucro global, apurou o Valor.