Quatro milhões de trabalhadores da Força terão campanha salarial neste 2º semestre

Fonte: Assessoria de Imprensa da Força

Terão datas-base neste segundo semestre – período de julho a dezembro – cerca de 4 milhões de trabalhadores das bases de sindicatos associados à Força em todo o País. São de diferentes setores da economia, por exemplo, como alimentação, brinquedos, costureiras e condomínios e edifícios. Deste total, 1 milhão e 700 mil trabalhadores são do Estado de São Paulo. A negociação de algumas categorias com datas-base no 1º semestre ainda continua junto com as do 2º semestre. Elas acontecem após a sanção da reforma trabalhista pelo governo, que mudou o clima nas portas de fábricas.

Sindicalistas com datas-base até setembro relataram as reações dos trabalhadores nas portas das fábricas.

“Os trabalhadores estão preocupados com o futuro imediato, com o que poderá lhes acontecer após a reforma”, conta Maria Auxiliadora dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Brinquedos e Instrumentos Musicais do Estado.

Na área da alimentação, segundo Wilson Vidoto Manzon, secretário-geral da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de SP), os trabalhadores estão angustiados com o que poderá acontecer e dizem que foram enganados. O presidente da Fetiasp, Antonio Vítor, recomendou muita mobilização e esclarecimentos nas portas das empresas.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Paulinho, sempre declarou que os trabalhadores entenderiam o papel dos sindicatos na defesa de seus interesses. “Seremos mais fortes: sindicatos e trabalhadores juntos”, ressalta João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força.

Eunice Cabral, presidente do Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco, destaca que tradicionalmente as negociações salariais são difíceis. Em todas elas os empresários citam as dificuldades pelas quais estão passando naquele ano. Quando é crise falam na crise. “Mas se eles estão em dificuldades, imaginem que não passam os trabalhadores”, afirma. Para ela, o importante é ficar atenta e não deixar suprimir direitos.

Ademir Lauriberto Ferreira, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Carlos, informa que está filiando mais trabalhadores agora, se comparado com o número dos novos sócios que conquistava antes da aprovação da reforma. “Eles (comerciários) temem a retirada de direitos. Perguntam o que devem fazer, e recomendo a filiação”, explica. Ademir fez assembleias na base para aprovar a pauta de reivindicações, na qual estão incluídos reposição da inflação e aumento real.

Paulo Ferrari, presidente do Sindicato dos Empregados em Condomínios e Edifícios – Sindifícios, apresentou a pauta de reivindicações com aumento real de 12% no piso e 5% para os trabalhadores de forma geral. “Este ano teremos uma negociação tensa devido à crise política e econômica do País, mas vamos ao patronal reivindicar o que é nosso: a reposição da inflação, as perdas que tivemos no período e buscar um ganho real”, afirma Ferrari.

Estado de greve

Maria Auxiliadora explica que: “Ainda estamos em campanha salarial, mas, na verdade, nossa data-base é 1º de junho. Tivemos duas rodadas de negociações, e eles ofereceram zero, mas não falaram em mexer em nenhuma cláusula da convenção coletiva. Após a aprovação da reforma tive outra rodada de negociação no dia 24 de julho. Agora, além de não dar a inflação, que é 3,35%, os patrões ainda querem retirar o convênio dos trabalhadores, que está garantido na convenção coletiva. Eu estou nas fábricas alertando os trabalhadores que estamos em estado de greve, e que se não chegarmos a um acordo, vamos ter de parar”.

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