Santos: ‘Comórbido’ em trabalho presencial na prefeitura ‘é absurdo’, diz Sindest
Fonte: Sindest
O decreto do prefeito de Santos, determinando o retorno ao trabalho presencial do funcionalismo portador de comorbidades, a partir de 14 de junho, “é de alto risco, absurdo e inaceitável”.
A consideração é do presidente do sindicato dos 12 mil servidores e 4 mil aposentados da prefeitura (Sindest), Fábio Marcelo Pimentel, que se recupera, em casa, de covid-19.
Na segunda-feira (31), os diretores Daniel Gomes e Rogério Catarino participaram de audiência pública, na câmara municipal, convocada pela vereadora Telma de Souza (PT), que preside a comissão de saúde.
O decreto do prefeito Rogério Santos, de sexta-feira (28), foi debatido e repudiado por meio de nota conjunta, na audiência, que contou com participação de especialistas em contaminação pelo novo coronavírus.
“Mesmo que a pessoa tenha sido vacinada”, diz Fábio, “isso não significa que ela esteja imunizada. A ação da vacina não é individual. É coletiva. Só terá efeito quando a maioria da população estiver imunizada”.
Ele cita o caso do compositor e cantor de samba carioca Nelson Sargento, morto por comorbidade na quinta-feira (27), aos 96 anos. “Mesmo vacinado, ele morreu de câncer agravado pela covid”.
Iminência da terceira onda
O presidente do Sindest diz que, segundo avaliação dos especialistas ouvidos na audiência do legislativo, a imunidade ocorre quando mais de 75% da comunidade está vacinada, como na cidade de Serrana (SP).
Daniel, por sua vez, lembra que está iminente a terceira onda da pandemia e que ela pode atingir os portadores de comorbidades que saírem do trabalho em casa para o presencial.
Para o diretor de comunicação do Sindest, o prefeito “poderia ter tido a ética de conversar com o sindicato, os vereadores e principalmente com especialistas dignos de crédito antes de assinar o decreto”.
“Ninguém está de férias em casa”, pondera o sindicalista. “As pessoas estão trabalhando, inclusive assumindo custos de energia elétrica, internet e outros serviços justamente para preservar a saúde”.
Daniel observa ainda que os índices de contaminação e ocupação de unidades de terapia intensiva “estão muito altos, embora estáveis. É realmente um absurdo expor desnecessariamente os servidores”.